A leptospirose é uma antropozoonose que a vacina V10 previne. Ela previne quatro tipos de leptospirose: a Leptospira grippotyphosa, a Leptospira pomona, a Leptospira canicola e a Leptospira icterohaemorrhagiae. A vacina irá promover a imunidade contra esses grupos e proteção contra a doença clínica, mas pode não impedir a colonização dos rins tornando o animal um portador crônico que poderá liberar a letospira pela urina.
A leptospira é uma bactéria longa, fina e com muita mobilidade que penetra a pele ou as mucosas intactas ou seccionadas e vai invadir rapidamente a corrente sanguínea e disseminar-se para todas as partes do organismo em 2 há 4 dias.
A transmissão pode ser direta em que um hospedeiro irá infectar outro através de urina contaminada, corrimento pós-aborto e contato sexual, também poderá ser indireta pela urina em um ambiente que ficará contaminado e em condições que a Leptospira poderá sobreviver. O ambiente ideal para a bactéria são ambientes quentes e úmidos, com chuvas intensas, áreas de baixadas (pântanos, barro e irrigadas).
Ela sobrevive melhor na água estagnada do que na água corrente, de pH neutro ou ligeiramente alcalino. A população animal concentrada, como em canis e aglomerações urbanas e a exposição a roedores e outros animais selvagens aumentam as possibilidades de exposição à urina. O rato é um hospedeiro primário importante, podendo transmitir a doença através de sua urina para outros animais, inclusive o homem.
No caso de doença subaguda e aguda atinge o sistema urológico causando inflamação, lesão e insuficiência renal. Também pode causar hepatite e necrose no fígado. No sistema respiratório pode causar pneumonia intersticial e vasculite. No sistema cardiovascular pode haver lesão endotelial e hemorragias. Atinge o sistema nervoso causando meningite. Casos crônicos causam insuficiência renal crônica, aborto e filhotes fracos e nos olhos poderá causar uveíte anterior.
Sinais Clínicos
Diagnóstico
Haverá alterações no exame de sangue de acordo com os sistemas acometidos e poderá fechar diagnóstico com sorologia, embora animais vacinados possam apresentar falso positivos e com o teste do anticorpo fluorescente na urina.
Tratamento
O animal com a doença aguda deverá ser hospitalizado e a duração do tratamento vai depender do grau de gravidade da doença. Deverá ser feito tratamento suporte de acordo com o estado do animal e administrado antibióticos e outras medicações de acordo com os sintomas observados. Tentativas para reverter à insuficiência renal e outras complicações deverão ser adotadas. O animal deverá ficar em repouso, monitorados e aquecidos, se necessário utilizar alimentação parenteral.
No caso de houver casos em canis da doença o local deverá ter uma higiene rigorosa e desinfecção de todas as instalações com desinfetante a base de iodo ou soluções alvejantes estabilizadas.
Prevenção
A vacina deve ser feita em todos os animais saudáveis, com a dose à partir de 6 semanas de idade, antes dessa idade não é recomendado aplicação dessa vacina, pois os anticorpos maternos ainda estão protegendo o animal e a vacina não vai adiantar. Por isso também deverão ser feita mais 2 doses de vacina em um intervalo mínimo de 21 dias para ter certeza que os anticorpos maternos não neutralizem a vacina. Em animais adultos uma dose anual é suficiente.
A limpeza ambiental adequada citada anteriormente deve ser realizada.