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publicado em Doenças
A palavra “pênfigo” vem do grego “penphygus” que significa bolhas. Mais especificamente, o animal com pênfigo vai reconhecer moléculas (desmogleína) que aderem uma célula a outra como corpo estranho e vai destruí-la, então as células do corpo começam a se separar e perdem a forma normal. Clinicamente se vê bolhas, pois com a epiderme se desfazendo, nesses espaços haverá formação de acúmulo de líquido.
Existem dois tipos de pênfigo, o foliáceo que é o mais comum e o vulgar que hoje é bem raro em cães e gatos. No pênfigo vulgar os anticorpos atingem desmogleínas tipo 3 que ficam mais em mucosas e junções muco-cutâneas, formando fendas mais profundas e pode perder totalmente a epiderme. No pênfigo foliáceo os anticorpos atingem desmogleína tipo 1 em pele ou junções mucocutâneas, as fendas formadas são mais superficiais e há menos perda da epiderme.
O Pênfigo foliáceo se classifica quanto a sua causa que pode ser o clássico, que é o mais comum, o eritematoso, induzido por drogas e o associado a doenças crônicas. O pênfigo vulgar pode ser o clássico ou o paraneoplásico.
Epidemiologia
O pênfigo foliáceo é a doença autoimune mais comum em cães e gatos, existe uma predisposição relatada em akitas, dachsunds, chow-chows, cocker spaniels e siamêses. Acontece em animais adultos e não há predileção sexual.
O pênfigo foliáceo é muito raro, há mais casos em collie, shetland, pastor alemão e setter irlandês e acontece mais em adultos ou pacientes geriátricos e independe do sexo.
Sinais
No pênfigo foliáceo é muito comum ter lesões em face (espelho e ponte nasal), pálpebras, pavilhão auricular e coxins. No quadro inicial há formação de pústulas e pápulas na transição de espelho e ponte nasal ou pálpebra, nessa fase não há dor ainda. Quando as pústulas se rompem, e fazem isso com muita facilidade, ficam com aspecto esfoliativo, com crostas e vermelhidão, esse processo evolui para úlceras. A face pode ficar disformada e como há destruição de melanócitos também pode ter despigmentação das regiões acometidas. Observa-se aumento de gânglios linfáticos, apatia e diminuição de apetite. Alguns animais fazem lesões pelo corpo todo. Em gatos é mais comum atingir espelho, ponte nasal, pálpebras e pavilhão auricular. Pode haver contaminação fúngicas e bacteriana secundárias.
Em humanos há relatos de coceira, dor e dizem que é como se estivesse pegando fogo, por isso a doença é conhecida também como “fogo selvagem”.
No pênfigo vulgar há lesões em mucosa jugal, labial, gengival e transições muco-cutâneas como a palpebral e Peri labial.
Diagnóstico
O diagnóstico definitivo do pênfigo foliáceo é feito com exame citológico da pústula e biópsia de pele, o de pênfigo vulgar é pela biópsia de pele.
Tratamento
O tratamento é feito com drogas imunossupressoras para o resto da vida com frequência de acordo com a resposta do animal. Pelos efeitos em vários sistemas que essas drogas podem causar deve-se monitorar o animal de tempos em tempos determinado pelo veterinário.