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publicado em Comportamento
Todo dono que convive diariamente com o seu cachorro de estimação acaba criando uma forma de comunicação com o seu pet. Seja com algumas palavras que o cachorro consegue assimilar ao longo do tempo de convívio, por gestos e muitas vezes até mesmo com o olhar.
Esta capacidade de comunicação, durante muito tempo, foi considerada pelos especialistas apenas como uma forma de condicionamento. Ou seja, os cães eram condicionados a responderem de uma determinada maneira quando percebessem algum gesto ou então quando ouvissem os sons de uma determinada palavra.
Mas uma série de estudos mais recentes revelam que o processo de compreensão dos cães em relação ao seu dono não pode ser simplificado apenas por condicionamento. Ele é mais complexo do que se imaginava há algumas décadas, e agora existem várias pesquisas em diversas partes do mundo que tentam entender, efetivamente, até onde vai a capacidade de entender e de se comunicar dos cachorros.
Existe até mesmo um estudo que sugere que os cães tenham uma espécie de compreensão relacionada a interpretação das atitudes dos donos antes mesmo deles fazerem um determinado movimento ou então de dizerem uma determinada palavra. Seria os cães um pouco telepatas?
Teoria da mente
É claro que os cães não podem adivinhar o futuro e nem prever o que o seu dono vai fazer através da leitura de mente como vemos representada na ficção. Mas alguns pesquisadores que se dedicam a entender as capacidades cognitivas afirmam que os cachorros contam com uma versão rudimentar daquilo que é conhecido como “teoria da mente”.
Seria através desta capacidade que os cães conseguem compreender muito mais do que simples gestos, mas entender características mais complexas das pessoas, como o fato delas terem crenas, interesses, intenções e pensamentos diferentes. O ser humano desenvolveu esta capacidade e isso foi fundamental para a vida social evoluir e chegar ao ponto que chegou. Mas a teoria da mente também já foi detectada em animais como chimpanzés, e agora parece que os cachorros também conseguiram desenvolver algo parecido.
Para chegar a esta conclusão os pesquisadores observaram a forma como os cães brincam entre eles quando estão em grupo. Assim que um dos cachorros ficam mais distraídos em relação a brincadeira, os outros acabam criando diversas situações para conseguir chamar a atenção novamente do membro do grupo desgarrado, como dar latidos diferentes, mordidas leves ou ainda golpes com a pata.
Se os cães conseguem diferenciar, reconhecer e compreender o grau de distração dos outros companheiros de brincadeira, então eles teriam uma versão rudimentar da teoria da mente, que também se aplica no convívio dos animais com os humanos.