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publicado em Comportamento
Uma das características predominantes da grande maioria dos cães é a sua grande alegria de viver. A maioria dos animais desta espécie estão sempre dispostos para uma boa brincadeira com o seu dono, e sempre parecem muito contentes com coisas simples do dia a dia, como o simples regresso dos humanos para sua residência depois de um dia de trabalho.
Mas um grupo de pesquisadores revelou que nem todos os cães podem ter esta alegria toda de viver. E alguns podem até mesmo desenvolver uma espécie de pessimismo em relação aos acontecimentos do futuro. A pesquisa foi publicada esta semana na revista Plos One e foi realizada na Universidade de Sydney, na Austrália.
Diferentes olhares da vida
O estudo coloca os cães sob uma perspectiva ainda pouco explorada, relacionada ao modo como alguns enxergam a própria vida. A revista cita que determinados indivíduos dentro de um grupo de cães podem se tornar profundamente deprimidos.
Para chegar a esta conclusão os pesquisadores criaram uma metodologia que permitiu com que os cientistas conseguissem entender como estes animais poderiam julgar os acontecimentos. Para isso eles usaram 40 indivíduos de diferentes espécies e com uma idade que variava de 1 a 3 anos, o que pode ser considerado como uma idade adulta para estes animais.
A pesquisa funcionava da seguinte forma: o grupo foi ensinado a associar duas campainhas diferentes com duas recompensas também diferentes que eles receberiam: água ou leite. Depois disso os cientistas trocaram os sons. Caso os animais respondessem ao som esperando leite, que eles gostam mais do que água, eram classificados como otimistas.
Os cães que não tinham qualquer tipo de reação eram considerados pessimistas. Ou seja, no primeiro grupo os cães aguardavam coisas boas em qualquer circunstância. Já no segundo grupo os cães não esperavam que alguma coisa boa fosse acontecer com eles.
Resultados
A grande maioria dos cães que participaram do experimento realmente se demonstraram animais otimistas. Ao ouvir qualquer um dos sons eles respondiam, esperando que receberiam alguma coisa de bom. Mas a grande surpresa para os pesquisadores foi uma parcela significativa de animais que não demonstraram qualquer tipo de reação.
Além disso, os pesquisadores também perceberam alguns padrões de comportamento diferentes entre os cães pessimistas e otimistas. Os elementos do primeiro grupo acabavam se incomodando muito mais rapidamente com atividades realizadas de forma repetitiva, enquanto que os otimistas não se importavam muito.
Os pesquisadores afirmam que este tipo de estudo pode ter um impacto significativo no trabalho de adestradores, por exemplo, que poderão escolher melhor os cães para determinadas atividades. Também pode fazer diferença para os donos, uma vez que ele poderá identificar algum comportamento estranho com mais facilidade.